AURORA
CIBERNÉTICA: A VIDA DEPOIS DO ECLIPSE
por Marta Ouchar de Brito
Capítulo
1 – O começo do fim
Será que já é hora de
levantar? É preciso fugir novamente ou aqui ainda é seguro?
O
que restou das cidades está coberto por uma vegetação alterada pela radiação
que se espalhou depois do eclipse. Tudo é gigante ou perigoso, ou os dois. As
árvores cresceram rente aos prédios se abraçando às paredes como monstros. As
plantas rasteiras desenvolveram espinhos enormes e raízes grossas que saltam da
terra como serpentes e as frutas são quase todas venenosas, poucas nos servem
de alimento.
Vivemos
agora numa selva e os poucos que sobreviveram tentam aprender a viver
novamente, neste inferno escuro e mal cheiroso. Não há regras de convivência e
o que chamávamos de sociedade não existe mais. Confiar em alguém é sempre um
risco que, diga-se de passagem, corre-se pouco, pois todos se escondem uns dos
outros. Tudo é medo.
Como começou? Eu não
vi. Nasci já neste mundo caótico, pouco depois do eclipse, quando os cientistas
ainda acreditavam que poderiam consertar o que haviam causado ao sol, que eu
nunca vi brilhar...
Por
volta dos anos 30 do século XXI, a engenharia molecular abalou definitivamente
os pilares da evolução científica, popularizando o uso de nanorobôs que atuavam nas áreas da saúde, indústria, alimentação e,
principalmente, no saneamento básico de países pobres, comendo a sujeira e os
restos da pobreza. A humanidade acreditava mesmo que o homem havia criado a
solução para todos os problemas.
Foi
nesse momento que ocorreu o vazamento e a proliferação descontrolada de nanorobôs que passaram a se duplicar
numa velocidade impressionante.
As
autoridades e os cientistas de todas as grandes potências procuraram deter a
proliferação descontrolada do que haviam considerado a salvação da humanidade,
mas não encontraram um meio de exterminar os nanorobôs.
Foi
então que uma dessas mentes brilhantes do século XXI teve a ideia de conter temporariamente
a proliferação e enviar as criaturas numa grande nave em direção ao Sol. Lá,
eles acreditavam que tudo seria destruído.
Esse
foi nosso grande erro. O sol não destruiu os nanorobôs, a nave que os carregava sim foi destruída e eles ficaram
soltos no espaço, formando uma crosta que se colou a nossa atmosfera impedindo
que a maioria dos raios solares chegasse à Terra. Nesse dia inesquecível para a
humanidade, um eclipse gigantesco apagou o sol e as estrelas, e nós passamos a
viver numa noite eterna.
Ual! Nossa Marta, depois de assistir a reportagem do Fantástico e ler o início de sua crônica, arrepiei... Será este nosso futuro "incerto"?? Bjs de sua fiel seguidora!!
ResponderExcluirVou publicar todos os capítulos do livro aqui, Lu. Acho que você vai gostar. Ah! É uma honra ter uma seguidora como você! bj
ResponderExcluirQue bom! Outro livro saindo!! Já li o segundo capítulo e assim continuarei... beijocas. (Obs. Pensei em devaneio esses dias... como seria escrevermos juntas... loucura total!!) Bye
ResponderExcluirNão seria loucura, seria maravilhoso. Vamos planejar logo! Bjs
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